Muitos neurotransmissores são derivados de precursores de proteínas, os chamados peptídeos neurotransmissores. Demonstrou-se que cerca de 50 peptídeos diferentes têm efeito sobre as funções das células neuronal. Vários desses peptídeos neurotransmissores são derivados da proteína pré-opiomelanocortina (POMC). Os neuropeptídeos são responsáveis pela mediação de respostas sensoriais e emocionais tais como a fome, a sede, o desejo sexual, o prazer e a dor.
Os peptídeos neuroativos podem atuar como neurotransmissores ou neuromodulares (se deixados próximo à célula alvo) podendo agir na célula pós-sináptica modificando a condutância aos íons, ou na célula pré-sináptica modulando (regulando), o quanto será liberado de neurotransmissor. Por isso pode haver a coexistência de um neurotransmissor peptídeo com um neurotransmissor não peptídeo na mesma sinapse. Os peptídeos são sintetizados no corpo celular e são conduzidos pelo chamado transporte axônico rápido até o botão sináptico, enquanto os neurotransmissores não peptídicos são sintetizados no axônio (ex.: Ach). Além do mais, os neurotransmissores peptídicos em geral tem uma ação mais prolongada na emissão do sinal em quantidades bem maiores do que as outras classes de neurotransmissores. Além destas funções, as substâncias peptídicas neuroativas, também podem ser hormônios (são liberadas no sangue para irem agir a distância).
Os neurotransmissores peptídeos constituem-se de grandes moléculas armazenadas e liberadas em grânulos secretores. Como outras proteínas de secreção, os peptídeos neuroativos ou seus precursores são primeiro processados no retículo endoplasmático e depois deslocadeos para o aparelho de Golgi para processamento adicional. Deixam o aparelho de Golgi dentro de grânulos de secreção e são levados para as terminações pelo transporte axônico rápido. Esses peptídeos causam inibição ou excitação, ou ambas, quando aplicados a neurônios-alvo apropriados. Alguns desses peptídeos haviam sido previamente identificados como hormônios, com alvos conhecidos fora do cérebro (como a gastrina), ou como produtos de secreção neuroendócrina (como a ocitocina). Esses peptídeos além de serem hormônios em alguns tecidos, também atuam com neurotransmissores quando liberados perto do sítio de sua ação.
Apesar da enorme diversidade dos peptídeos neuroativos, eles compartilham uma biologia celular comum. Esses peptídeos neuroativos se agrupam em famílias. Os membros da mesma família contém resíduos de aminoácidos semelhantes. A maneira mais direta de determinar o relacionamento entre peptídeos é comparar as seqüências de aminoácidos presentes.
Vários peptídeos neuroativos diferentes são codificados por um mesmo mRNA contínuo, que é traduzido em uma grande proteína precursora, ou poliproteína. A produção a partir de um grande precursor pode, ás vezes, servir como mecanismo para amplificação, já que mais de uma cópia do mesmo peptídeos pode ser produzida a partir da mesma poliproteína. Esse processamento de mais de um peptídeos funcional a partir de um única poliproteína não é exclusivo dos mensageiros químicos. Vários peptídeos produzidos a partir de uma única poliproteína por clivagens limitadas e específicas catalisadas por proteases específicas.
Algumas famílias de peptídeos neuroativos
Opióide: Opiocortinas, encefalinas, dinorfina, FMRFamida
Neuro-hipofisária: Vasopressina, ocitocina, neurofisinas
Taquicininas: Substância P, Fisalaemia, cassinina, uperoléína, eleidoisina, bombesina neuroquinina A
Secretinas: Secretina, glucagon, peptídios inibidor gástrico
Insulinas: Insulina, fatores I e II de crescimento semelhantes à insulina
Somatostatinas: Somatostatinas, polipeptídio pancreático
Gastrinas: Gastrina, colecitocinina
Postado por Washington
1 comentários:
Gostaria de saber se o Tetaidrocanabinol pode aumentar os níveis de ocitocina?
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