Colinas

A colina é uma amina, que foi sintetizada pela primeira vez em 1866. Este composto orgânico é um precursor do neurotransmissor acetilcolina.


Esse neurotransmissor é produzido por uma reação enzimática, catalisada pela enzima colina acetiltransferase. Porém essa síntese só é feita quando se ingere colina, visto que este composto faz parte do complexo B de vitaminas e logo não é produzido pelo organismo.


A acetilcolina pode atuar tanto no sistema nervoso central quanto no sistema nervoso periférico. No sistema nervoso central, juntamente com os neurônios associados, formam um sistema neurotransmissor, o sistema colinérgico. Esse sistema está intimamente ligado ao Alzheimer, pois pacientes acometidos por essa doença tem a diminuição de neurônios relacionados com cognição, excitação e aprendizado, os neurônios colinérgicos. Estes são responsáveis pela produção de acetilcolina e sem ela as funções citadas acima ficam debilitadas. Caminhos Colinérgicos

Já no sistema nervoso periférico, além de ser o principal neurotransmissor no sistema nervoso autônomo, a ação da acetilcolina também se estende aos neurônios motores da medula espinhal, sendo liberada nas junções neuromusculares. Quando liberada, ela estimula a abertura dos canais de sódio, e essa entrada de sódio na célula, estimula a contração muscular.



Porém para que a ação da acetilcolina seja realizada, é necessário que certas células tenham receptores específicos para esse neurotransmissor. Os principais receptores da acetilcolina são os muscarínicos e os nicotínicos.
Depois que a célula é ativada é necessário que haja a degradação do neurotransmissor. No caso da acetilcolina isso é feito pela acetilcolinesterase, que hidrolisa a molécula de acetilcolina deixando como produtos acetato e colina.

Postado por: Fábio Reis

Aminoácidos como Transmissores


Em contraste com alguns tipos de neurotransmissores que estão presentes apenas em alguns neurônios, como a acetilcolina e as aminas biogênicas, certos aminoácidos que funcionam como neurotransmissores estão presentes em todas as células do nosso organismo, exemplos são a glicina e o glutamato.


O glutamato é um neurotransmissores excitatório do sistema nervoso, o mais comum em mamíferos. É armazenado em vesículas nas sinapses. O impulso nervoso causa a libertação de glutamato no neurônio pré-sináptico; na célula pós-sináptica, existem receptores (como os receptores NMDA) que ligam o glutamato e se ativam. Pensa-se que o glutamato esteja envolvido em funções cognitivas no cérebro, como a aprendizagem e a memória.

As membranas de neurônios e de neuróglias possuem transportadores de glutamato que retiram rapidamente este aminoácido do espaço extracelular. Em situações de patologia cerebral (danos ou doenças), os transportadores podem funcionar de forma reversa e causar a acumulação de glutamato no espaço extracelular. Esta reversão provoca a entrada de íons cálcio (Ca2+) nas células, através de receptores NMDA, levando a danos neuronais e eventualmente morte celular (apoptose). Este processo é conhecido como excitotoxidade. A apoptose é causada por fatores como danos em mitocôndrias devido ao excesso de Ca2+ e promoção de fatores de transcrição de genes pró-apoptóticos (ou repressão de fatores de transcrição de genes anti-apoptóticos) mediada pelo glutamato e pelo Ca2+.

O glutamato é precursor na síntese de GABA em neurônios produtores de GABA.



O ácido aspártico ou aspartato é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos. É um aminoácido não essencial em mamíferos, tendo uma possível função de neurotransmissor excitatório no cérebro. Como tal, existem indicações que o ácido aspártico possa conferir resistência à fadiga.




O GABA(ácido gama-aminobutirico): principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. Está envolvido com os processos de ansiedade.

Como neurotransmissor peculiar, o ácido gama aminobutírico induz a inibição do sistema nervoso central (SNC), causando a sedação. Isso porque as células neuronais possuem receptores específicos para o GABA. Quando este se liga aos receptores, abre-se um canal por onde entra íon cloreto na célula neuronal, fazendo com que a célula fique hiperpolarizada, dificultando a despolarização e, como conseqüência, dá-se a diminuição da condução neuronal, provocando a inibição do SNC. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas.



A Glicina é o principal NT inibidor do tronco cerebral e medula espinhal. Tem também propriedades excitatórias, uma vez que ligando-se ao receptor NMDA, aumenta a sua sensibilidade para o GLT.

Um déficit de glicina provoca um aumento da rigidez muscular e morte por paralisia dos músculos respiratórios. É precisamente o que acontece na intoxicação por estricnina (substância utilizada para matar ratos e que inibe o receptor da glicina) e o tétano (situação em que há infecção por uma bactéria que produz uma toxina capaz de inibir a secreção de glicina).


Postado por Bruno Nascimento

Peptídeos Neuroativos

Muitos neurotransmissores são derivados de precursores de proteínas, os chamados peptídeos neurotransmissores. Demonstrou-se que cerca de 50 peptídeos diferentes têm efeito sobre as funções das células neuronal. Vários desses peptídeos neurotransmissores são derivados da proteína pré-opiomelanocortina (POMC). Os neuropeptídeos são responsáveis pela mediação de respostas sensoriais e emocionais tais como a fome, a sede, o desejo sexual, o prazer e a dor.


Os peptídeos neuroativos podem atuar como neurotransmissores ou neuromodulares (se deixados próximo à célula alvo) podendo agir na célula pós-sináptica modificando a condutância aos íons, ou na célula pré-sináptica modulando (regulando), o quanto será liberado de neurotransmissor. Por isso pode haver a coexistência de um neurotransmissor peptídeo com um neurotransmissor não peptídeo na mesma sinapse. Os peptídeos são sintetizados no corpo celular e são conduzidos pelo chamado transporte axônico rápido até o botão sináptico, enquanto os neurotransmissores não peptídicos são sintetizados no axônio (ex.: Ach). Além do mais, os neurotransmissores peptídicos em geral tem uma ação mais prolongada na emissão do sinal em quantidades bem maiores do que as outras classes de neurotransmissores. Além destas funções, as substâncias peptídicas neuroativas, também podem ser hormônios (são liberadas no sangue para irem agir a distância).


Os neurotransmissores peptídeos constituem-se de grandes moléculas armazenadas e liberadas em grânulos secretores. Como outras proteínas de secreção, os peptídeos neuroativos ou seus precursores são primeiro processados no retículo endoplasmático e depois deslocadeos para o aparelho de Golgi para processamento adicional. Deixam o aparelho de Golgi dentro de grânulos de secreção e são levados para as terminações pelo transporte axônico rápido. Esses peptídeos causam inibição ou excitação, ou ambas, quando aplicados a neurônios-alvo apropriados. Alguns desses peptídeos haviam sido previamente identificados como hormônios, com alvos conhecidos fora do cérebro (como a gastrina), ou como produtos de secreção neuroendócrina (como a ocitocina). Esses peptídeos além de serem hormônios em alguns tecidos, também atuam com neurotransmissores quando liberados perto do sítio de sua ação.

Apesar da enorme diversidade dos peptídeos neuroativos, eles compartilham uma biologia celular comum. Esses peptídeos neuroativos se agrupam em famílias. Os membros da mesma família contém resíduos de aminoácidos semelhantes. A maneira mais direta de determinar o relacionamento entre peptídeos é comparar as seqüências de aminoácidos presentes.


Vários peptídeos neuroativos diferentes são codificados por um mesmo mRNA contínuo, que é traduzido em uma grande proteína precursora, ou poliproteína. A produção a partir de um grande precursor pode, ás vezes, servir como mecanismo para amplificação, já que mais de uma cópia do mesmo peptídeos pode ser produzida a partir da mesma poliproteína. Esse processamento de mais de um peptídeos funcional a partir de um única poliproteína não é exclusivo dos mensageiros químicos. Vários peptídeos produzidos a partir de uma única poliproteína por clivagens limitadas e específicas catalisadas por proteases específicas.


Algumas famílias de peptídeos neuroativos

Opióide: Opiocortinas, encefalinas, dinorfina, FMRFamida
Neuro-hipofisária: Vasopressina, ocitocina, neurofisinas

Taquicininas: Substância P, Fisalaemia, cassinina, uperoléína, eleidoisina, bombesina neuroquinina A

Secretinas: Secretina, glucagon, peptídios inibidor gástrico

Insulinas: Insulina, fatores I e II de crescimento semelhantes à insulina

Somatostatinas: Somatostatinas, polipeptídio pancreático

Gastrinas: Gastrina, colecitocinina
Postado por Washington

Aminas Biogênicas ou Monoaminas

Como os neurotransmissores são divididos em algumas categorias, estes posts forão para definí-las e falar um pouco de cada uma.

Para começar a explicar sobre as Aminas Biogênicas pode-se definir o conceito, aminas são compostos orgânicos nitrogenados e a palavra biogênicos significa produzidos pela ação de organismos vivos ou essencial à vida e sua manutenção.
Entre os neurotransmissores do SNC existem algumas mono­aminas importantes, conhecidas como aminas biogênicas. Um grupo delas é formado por uma parte alifática, a amina, e uma parte aromática, o catecol. Outro grupo de monoaminas contém o radical, o indol.
Devido à presença desses dois tipos de radicais nas monoami­nas neurotransmissoras, designam-se estas substâncias com os nomes de catecolaminas e indolaminas, em consonância com a pre­sença nelas do radical catecol ou indol.
As catecolaminas mais conhecidas são: a dopamina, a nora­drenalina (ou norepinefrina) e a adrenalina (ou epinefrina).
Das indolaminas neurotrasmissoras, a 5-hidroxitriptamina, ou serotonina e a histamina.
Catecolaminas:
Dopamina – A dopamina é um tipo de neurotransmissor inibitório derivado da tirosina e classificado no grupo das aminas. Produz sensações de satisfação e prazer. Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em três subgrupos com diferentes funções. O primeiro grupo regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência. O segundo grupo, o mesolímbico, funciona na regulação do comportamento emocional. O terceiro grupo, o mesocortical, projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia.
A carência da dopamina no cérebro é localizada na área motora, especificamente na substância negra, região do tronco encefálico, que contém grande quantidade de um pigmento conhecido como neuromelanina. É na substancia negra que tem origem a sintetização da dopamina.













Resumo da síntese da dopamina:
Tirosina -- (Tirosina-hidroxilase) --> L-Dopa (levo-diidroxifelalanina) -- (Descarboxilase ácida L-amino-aromática) --> Dopamina



Noradrenalina (Norepinefrina) - Este neurotransmissor é encontrado no SNC, no tronco cerebral e no hipotálamo, e possui ação depres­sora sobre a atividade neuronal do córtex cerebral. A noradrenalina do SNC provém da metabolização da dopamina pela ação da enzima dopamina beta-hidroxilase que metaboliza, também, o 5-hidroxipto­fano em 5-hidroxitriptamina ou, então, origina-se da recaptura do neurotransmissor da fenda sináptica.













Damos, a seguir, as etapas da síntese da noradrenalina:
Fenilalanina --> Tirosina --> L-Dopa --> Dopamina --> Noradrenalina­
A noradrenalina liberada na fenda sináptica pode ser usada para excitar um receptor pós-sináptico; pode ser recapturada para o neurônio pré-sináptico; ser metabolizada pela -O- metiltransferase (COMT) ou metabolizada no líquido extracelular, dando como pro­dutos finais o 3-metoxi-4-ácido hidroximandélico (VMA) ou o ácido homovanílico (HVA).

Adrenalina (Epinefrina) - Como neurotransmissor do SNC, é bem menos conhecida do que as duas catecolaminas prece­dentes. Ela tem sido muito estudada, mas, em correlação com sua atividade nos nervos do sistema nervoso autônomo, no seu segmento simpático e na medula da glândula supra-renal. No SNC, estritamente falando, são descritos sistemas adrenér­gicos em alguns núcleos hipotalâmicos relacionados com uma ati­vidade vasoconstritora. A adrenalina tem efeito sobre o sistema nervoso simpático: coração, pulmões, vasos sanguíneos, órgãos genitais, etc. Este neurotransmissor é liberado em resposta ao stress físico ou mental, e liga-se a um grupo especial de proteínas - os receptores adrenérgicos. Seus principais efeitos são: aumento dos batimentos cardíacos, dilatação dos brônquios e pupilas, vasoconstricção, suor entre outros. A adrenalina está presente em muitas formulações farmacêuticas intravenosas, principalmente no tratamento da asma, hemorragias internas, entre outros.Uma pequena síntese de adrenalina ocorre, também, no tronco cerebral.
A enzima que converte a noradrenalina em adrenalina é a N-metiltransferase.


Indolaminas

Serotonina (ou 5-hidroxitriptamina) é o mais estudado neu­rotransmissor indolamínico.
Atualmente a Serotonina está intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância (tornam ela mais disponível) no espaço entre um neurônio e outro.
Esta amina biogênica encontra-se no SNC, notadamente no tronco cerebral, amígdala, mesencéfalo, núcleos talâmicos e no hipotálamo.



Resumo da síntese da serotonina.
Triptofano -- (Hidroxilase-triptofano) --> 5-Hidroxitriptofano (5-HTP) -- (Descarboxilase) -- 5-Hidroxitriptamina (Serotonina)


Histamina - A histamina é uma amina biogênica cujos estudos acerca de sua atuação sobre os tecidos, em especial sobre o coração, têm sido efetuados desde o início deste século. Seu padrão de distribuição no tecido cardíaco humano é praticamente o mesmo em diferentes espécies, apresentando maior concentração no átrio direito e a seguir decrescendo no átrio esquerdo, ventrículo direito e, finalmente, menor concentração no ventrículo esquerdo. A histamina é feita a partir do aminoácido histidina, e está presente nos mastócitos e basófilos. Atuam em receptores H1 e H2 centrais e periféricos. A histamina age no receptor H2 do coração aumentando a freqüência cardíaca e o débito cardíaco, com risco de arritmias. Ambos os receptores H1 e H2 agem sobre os vasos sanguíneos causando vasodilatação generalizada, com diminuição da pressão arterial, rubor cutâneo e cefaléia.






Postado por Lucas Vargas


Neurotransmissores.


São substâncias químicas produzidas pelos neurônios, que possibilitam que os impulsos nervosos de uma célula influenciem os impulsos nervosos de outra, permitindo assim que as células do cérebro "conversem entre si", por assim dizer, enviando informações a outras células (de nervo ou músculo).
O corpo humano desenvolveu um grande número desses mensageiros químicos para facilitar a comunicação interna e a transmissão de sinais dentro do cérebro. Quando tudo funciona adequadamente, as comunicações internas acontecem sem que sequer tomemos consciência delas.Os neurotransmissores podem atuar no encéfalo, na medula espinhal e nos nervos periféricos. Quimicamente, os neurotransmissores são moléculas relativamente pequenas e simples. Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmisores. Cada substância química cerebral funciona em áreas bastante espalhadas mas muito específicas do cérebro e podem ter efeitos diferentes dependendo do local de ativação.
O processo químico de interação entre os neurônios e entre os neurônios e células efetoras acontecem na terminação do neurônio, em uma estrutura chamada sinapse.
Os neurotransmissores são produzidos na célula transmissora e são acumulados em vesículas, as vesículas sinápticas. Isso pode ocorrer por ação direta de uma substância química, como um hormônio, sobre receptores celurares pré-sinápticos.
Quando um potencial de ação ocorre, as vesículas se fundem com a membrana plasmática, liberando os neurotransmissores na fenda sináptica.
Estes neurotransmissores agem sobre a célula receptora, através de proteínas que se situam na membrana plasmática desta, os receptores celulares pós-sinápticos. Os receptores ativados geram modificações no interior da célula receptora. Estas modificações é que originarão a resposta final desta celula.
Proteínas especiais da célula transmissora retiram o neurotransmissor da fenda sináptica, através de bombas de recaptação. Algumas enzimas, inativam quimicamente os neurotransmissores, interrompendo a sua ação.
Cerca de 60 neurotransmissores foram identificados e podem ser classificados, em geral em uma das quatro categorias.

Colinas, das quais a acetilcolina é a mais importante;
Aminas biogênicas, a serotonina, a histamina, e as catecolaminas - a dopamina e a norepinefrina;
Aminoácidos, o glutamato e o aspartato são os transmissores excitatórios bem conhecidos, enquanto que o ácido gama-aminobutírico (GABA), a glicina e a taurine são neurotransmissores inibidores.
Neuropeptídeos, esses são formados por cadeias mais longas de aminoácidos (como uma pequena molécula de proteína). Muitos deles têm sido implicados na modulação ou na transmissão de informação neural.

Os neurotransmissores são muito importantes em várias áreas. Podemos citá-los relacionados a dores, depressão e doenças como Parkinson e Alzheimer.
Varias drogas têm seus principios ativos baseados em ações de neurotransmissores, tanto drogas lícitas, remédios, como drogas ilícitas.
Nosso objetivo com este blog é poder abordar de forma objetiva as correlações com neurotransmissores, sua importancia para a homeostase corpórea, suas implicações comerciais e as novidades que trarão benefícios em diversas áreas, como tratamento de doenças.

 


Templates Novo Blogger 2008