Apresentação painel- Plasticidade Sináptica

Plasticidade sináptica
É comprovado que cada sinapse funciona de um jeito único, porém sempre é seguido um padrão geral. Essa singularidade, entre uma sinapse e outra, acontece, pois as sinapses têm um aspecto dinâmico, onde pode haver alterações ao longo do tempo, devido a diversos fatores, como estímulos contínuos de uma determinada via, quantidade de neurotransmissores liberada em um determinado impulso, efetividade da resposta celular, dentre outros. Esse aspecto dinâmico, com essas modificações, é chamado de plasticidade sináptica.
Dentre os vários tipos de plasticidade sináptica, há a Potenciação de Longa Duração (LTP) e a Depressão de Longa Duração (LTD). Esses tipos de plasticidade se caracterizam na eficácia da comunicação, sendo que a LTP aumenta a comunicação e a LTD diminui.
Plasticidade e memória
A estrutura envolvida na formação da memória é o hipocampo. Foi nesse local onde se identificou pela primeira vez o fenômeno de LTP. Tomando como base essa região do encéfalo e focalizando os receptores glutamatérgicos do subtipo NMDA, foi visto que para que o LTP ocorra, é necessário que haja um estímulo de alta freqüência. Esse estímulo é necessário para a ativação dos receptores NMDA no neurônio pós-sináptico. O LTP tem como efeito o aumento da sensibilidade no neurônio pós-sináptico, pois além de aumentar a eficiência dos receptores já existentes, o número de receptores é aumentado. Feito isso, a comunicação se torna muito mais eficiente, desenvolvendo melhor a região do encéfalo. Como efeito oposto, há o LTD, que pode atuar no sentido de apagar antigas memórias. Diminuindo a sensibilidade do neurônio pós-sináptico e diminuindo a quantidade de neurotransmissores liberada pelo neurônio pré-sináptico.

A bioquímica do comportamento
Os fatos corriqueiros do nosso dia-a-dia como dor, mudança no humor, atividades físicas, sexo e alimentação geram alterações bioquímicas na atividade do sistema nervoso.

Dor:
A dor tem uma grande importância na sinalização de que algo de errado está acontecendo no corpo. Vários estímulos externos, como frio, choques, lesões podem gerar dor.
Uma das teorias mais aceita que explicam o fenômeno da dor é a teoria dos portais. Para explicar essa teoria é necessário explanar que há dois tipos básicos de fibras nervosas que podem receber o estímulo da dor, as fibras maiores( maior diâmetro) e as fibras pequenas(menor diâmetro). Essas fibras recebem o estímulo e tentam enviá-lo ao cérebro pela via ascendente. Porém só o estímulo das fibras pequenas é que chega ao cérebro, pois é este quem consegue que os portais( neurônio inibitório) sejam abertos. Com a chegada do estímulo ao cérebro, o mesmo interpreta a informação. Nessa interpretação há diversos fatores psicológicos como ansiedade, medo, riso, divertimento que podem afetar a resposta à dor. Uma das respostas do organismo a dor, é a liberação de endorfina. Esta pode vir a alterar os estímulos que provocam a dor, muitas vezes aliviando essa sensação tão desagradável. Ela tem essa ação pois quando liberada atua na inibição da substância P, um neuropeptídeo que atua na transmissão sináptica da via ascendente.

Atividade física:
O exercício físico, além de provocar uma série de alterações no metabolismo enérgico, altera também o comportamento. Estudos comprovaram, que dependendo da atividade física exercida, e como essa atividade é feita, há uma série de possíveis alterações, como por exemplo, o aumento na síntese de alguns neurotransmissores e uma maior rapidez na degradação dos neurotransmissores que já participaram da transmissão sináptica. Algumas mudanças chamam mais a atenção, como a modificação no processo cognitivo, onde uma pessoa que pratica atividades físicas tem uma maior rapidez e eficiência nesse processo. Além disso a resposta ao estresse também é alterada, devido a uma alteração nos níveis de catecolaminas e a diminuição da tensão muscular.

Alimentação:
A alimentação tem um papel fundamental em nossa saúde. Além de ter influência direta sobre o metabolismo, ela também pode influenciar os neurotransmissores. Essa influência pode estar associada à produção dos mesmos. Vários componentes da dieta são precursores de neurotransmissores, e a falta destes pode levar a uma deficiência na produção, e com isso gerar uma série de conseqüências no sistema nervoso. Há também um outro tipo de alteração, que se dá quando um alimento é ingerido, e a ingestão desencadeia a liberação de alguns neurotransmissores, que podem ter relação com a sensação de prazer e bem-estar. Um exemplo é o chocolate( já há um post sobre o efeito do chocolate).

Postado por: Fábio Reis

Usos Medicinais da Maconha


            Um assunto largamente discutido hoje em dia é o Uso Medicinal da Maconha. Vários estudos já foram realizados para verificar exatamente onde a droga age e os possíveis benefícios dessa ação. Já foi também comparada a diferença entre o uso crônico e a exposição aguda à droga.

            Como já expliquei na apresentação do painel, já se sabe quais são os receptores para a substância ativa principal da maconha, o THC, e onde estes se localizam, sendo assim, possível prever as alterações causadas por estes. Levando isto em consideração as possíveis utilidades da maconha seriam:

           

            Como Analgésico - Experiências feitas com animais e em homens indicam que a maconha pode produzir um efeito analgésico. Porém, não se sabe exatamente a potencia e a duração desse efeito. Os pacientes que poderiam ser beneficiados com o uso da maconha neste caso, seriam os com um quadro clinico de cor crônica.

 

            Como Antiemético - o THC tem ação antiemética, ou seja, evita vômitos. Apesar de esse efeito ser menor do que outros antieméticos já existentes, seria possível usa-la para pacientes que apresentam resistência para os antieméticos atuais.



     Tratamento de Glaucoma - Este é o caso onde é mais incentivado o uso da Cannabis, porém os dados atuais não suportam essa indicação. A pressão alta intra-ocular é um dos fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma e a maconha poderia agir diminuindo esta pressão. Mas esse efeito é de curta duração e só é conseguido com altas doses da droga. Como as altas doses provocam muitos efeitos indesejáveis e as medicações já existentes são bastante efetivas e com efeitos colaterais mínimos, os autores acreditam que o uso da Cannabis nessa condição ainda não está indicado.

       



     Tratamento de Anorexia - Como o THC tem a capacidade de aumentar o apetite, a Cannabis seria uma opção para tratar pessoas com falta de apetite. Deve-se, porém ressaltar que pessoas com anorexia costumam ser muito agitadas e podem não gostar dos "efeitos colaterais" da maconha, que seriam diminuir o "ritmo" dessas pessoas.

 

            Por fim, temos que levar em consideração o fato de a maconha ser uma droga psicotrópica e pode causar dependência e tolerância ou ainda estimular o uso de drogas mais pesadas. Por isso uso da maconha para fins medicinais é, ainda, tão controverso.

 

Por Bruno B. do Nascimento

Apresentação do Painel - Terapias e Neurotransmissores

Conteúdo do painel de correlações terápicas envolvendo neurotransmissores:

Alcalóides
-Atropina
--Atuação inibitória por competição do sistema parassimpático através da inibição de acetilcolina em receptores.
--Usada para combater bradicardia, aumentar estímulos simpáticos e controlar secreções em doses clínicas. Atropina Sódica é um exemplo.
-Morfina
--Agonista de receptores opióides, atuando como competidores de peptídeos como endorfinas, potencializando efeitos.
--Supressão de dor física, emocional e analgesia central; sedação em processos anestésicos.
--Sensação de euforia e risco de dependência.

Anticolinesterásicos
-Inibe a quebra de acetil-colina (hidrólise) pela enzima acetilcolinesterase.
-Causa sobre-estimulação muscular (responsável por cansaço), broncoconstrição, sufocamento, bradicardia, hipotensão, secreções excessivas, hipermotilidade intestinal; sendo assim considerada uma neurotoxina também.
-Gás Sarin, Soman, Tabun são exemplos de anticolinesterásicos usados como armas químicas.
-Ministrados em doses clínicas combatem glaucoma, doença de Alzheimer (donepezil, tacrina) além de serem úteis como anestésicos (neostigmina).

Antidepressivos
-Aumentam a concentração de monoaminas (dopamina, noradrenalina e serotonina) no receptor pós-sináptico ao inibirem a sua recaptação pelo neurônio pré-sináptico ou sua oxidação pela enzima Monoamina Oxidase.
-A estabilização do humor e das emoções, comprometida pela falta de alguns neurotransmissores, é o alvo do tratamento antidepressivo.
-Tricíclicos, ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina) e IMAO (Inibidores da Monoamina Oxidase) ISRN (Inibidores Seletivos da Recaptação de Noraepinefrina) são os antidepressivos mais empregados em tratamentos.

Antipsicóticos
-Dopamina em excesso em regiões cerebrais caracterizam diversas psicoses.
-Atuam bloqueando receptores D2 dopaminérgicos (intimamente relacionados a muitas psicoses) e por vezes estimulando receptores serotoninérgicos (5-HT2A). Existem tratamentos de regulação colinérgica também.
-Nem todos transtornos psicóticos são tratados com antipsicóticos, mas também com antidepressivos.
-São usados no tratamento de esquizofrenia e distúrbios comportamentais.
-Neurolépticos, benzepina e benzamida geralmente são os psicoterápicos usados.

Postado por Rômullo Medeiros

Podcast - Seminários de Bioquímica e Biofísica

Link para o Blog de Bio Bio, onde estão as arquivos de áudio da apresentação dos Paineis
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